Crédito: Yann Cerri via Compfight cc
esta noite sonhei com pelo menos duas situações:
na primeira estava no palco de um show misturado das bandas santistas Charlie Brown Jr e Garage Fuzz; parecia que a primeiro havia convidado a segunda para fazer participação especial em uma música [ou teria sido o show inteiro?]. no palco amarelo no Centro de uma cidade [do interior?] eles funcionavam como uma superbanda, todos seus integrantes misturados com um total de cinco guitarras fazendo uma parede de distorção que englobava todo o hit de hardcore emo que eles tocavam. Chorão estava se acabando de cantar em inglês, visivelmente emocionado, e o Farofa também tocava guitarra enquanto cantava com ele. a sonoridade era algo que talvez nenhuma das bandas tivesse feito até então. reconheci um amigo na platéia e desci pelo lado direito do palco para falar com ele [eu era da produção?], quando vimos passando entre as pessoas uma dupla de cachorros nervosos enfeitada como leões, meio pintados de dourado e com juba de cartolina.
depois eu estava em um apartamento decorado como um escritório dos anos 70. nele homens engravatados, talvez funcionários de uma empresa ou órgão público, estavam sem seus paletós e com gravatas afrouxadas, um tanto apreensivos. alguns tomavam uísque, outros apagavam cigarros. notei que mesmo os mais novos tinham um ar envelhecido, com rugas precoces e cabelos ficando grisalhos. a luz bem baixa dava um ar de bar americano ao apartamento, reforçando o clima de apreensão que pontuava a cena. era como se eles tivessem terminado uma reunião importante. o maior grupo deles estava na sala, assistindo na TV Globo ao TÁ NO AR do Marcelo Adnet, que fazia ali as vezes de humorístico e ao mesmo tempo de telejornal. eles levavam o programa muito a sério e estavam de certa forma absorvendo as sátiras como se fosse de fato o Jornal Nacional – a principal fonte de notícias. e elas não pareciam ser muito boas. andei pelo apartamento e, olhando por uma das janelas, percebi que estávamos em um bairro com muita vegetação, como a Vila Madalena em São Paulo. mas era um prédio bem torto, como os da orla de Santos: nenhuma das portas fechava direito – tanto as que separavam ambientes quanto as de armários. e um dos lados do prédio continuava afundando, de forma tão lenta que nem percebíamos.