In-Edit Brasil 2018: os filmes que quero ver

Piscamos e já está na hora de novo de assistir ao In-edit Brasil, festival de documentário sobre o universo da Música, cuja 10ª edição acontece dos dias 7 a 17 de Junho na cidade de São Paulo – e depois em Belém e Salvador. Um grande esforço de Aliche, Léo, Mau e Cia.

Por transparência, vale dizer que a Flávia [minha esposa] faz parte da equipe divulgação do evento, inclusive por gostar tanto dele e acabar se envolvendo. Se eu fosse professor organizaria excursões pro In-Edit pros alunos assistirem aos filmes. Vários são uma aula de História Contemporânea, contextualizando o nascimento de um artista musical, uma banda ou uma tendência musical na situação em que estão inseridos. fora isso é divertido pra caramba.

resolvi escolher aqui alguns dos filmes que quero ver em 2018. “quero” porque é diferente de “posso”. além de meus compromissos profissionais que têm se empilhado ultimamente [ainda bem – e socorro], o In-Edit sempre oferece muita coisa boa. se você acha que não tem material suficiente sendo produzido, é só olhar a programação completa e pirar. escolhi mais da metade… espero conseguir pelo menos metade desses.


ADONIRAN – MEU NOME É JOÃO RUBINATO

AS MINA NA BATALHA

CHAVELA

DONA ONETE – FLOR DE LUA

ETHIOPIQUES – REVOLT OF THE SOUL

EU SOU O RIO

GEORGE MICHAEL – FREEDOM – DIRECTOR’S CUT

GRACE JONES: BLOODLIGHT AND BAMI

HEADBANGER VOICE: A HISTÓRIA DA ROCK BRIGADE

JERRY, EU TE AMO

MEU TIO E O JOELHO DE PORCO

OLANCHO

PESADO – QUE SOM É ESSE QUE VEM DE PERNAMBUCO

QUEERCORE – HOW TO PUNK A REVOLUTION

SHUT UP AND PLAY THE PIANO

SOM, SOL & SURF – SAQUAREMA

STOP MAKING SENSE

TETÊ

THE ALLINS

THE MAN BEHIND THE MICROPHONE

TRAVESSIA

VOCÊ NÃO SABE QUEM EU SOU

XTC- THIS IS POP

YZALÚ – RAP, FEMINISMO E NEGRITUDE

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TRAÇO LIVRE: estou no documentário do diretor Jun Sakuma

ficou pronto o documentário TRAÇO LIVRE – O QUADRINHO INDEPENDENTE NO BRASIL, do diretor Jun Sakuma pela sua produtora Bravo Cine. com narração do ator e roteirista Felipe Folgosi, captou entrevistas ao longo de 2017 pra fazer um retrato / recorte das Histórias em Quadrinhos no Brasil neste momento.

ele está disponível em plataformas digitais como vídeo sob demanda: iTunes (venda por R$ 14,90 e aluguel por R$ 3,90 a partir do dia 07/junho), Google Play (venda por R$ 14,90 e aluguel por R$ 3,90) e NOW (aluguel por R$ 3,90).

as pessoas entrevistadas: editores como Daniel Lopes, (Pipoca e Nanquim), Douglas Utescher (da loja / editora UgraPress), Guilherme Kroll (Balão Editorial), Klebs Junior (Instituto HQ), Raphael Fernandes (Draco), Rogério de Campos (Veneta) e Sidney Gusman (MSP). Brão, Caio Majado, Camila Torrano, Dalton Cara, Davi Calil, Eduardo Ferigato, Gidalti Jr, Julia Bax, Luciano Salles, Magenta King, Magno e Marcelo Costa, Marcatti, Petreca (desenhista), Rafael Coutinho, Wagner Willian (roteirista), Wata, Roberto Sadovski (jornalista), Alexandre Jubran (ilustrador), Gustavo Piqueira (designer gráfico), Lilian Mitsunaga (letrista), Matheus Lopes (colorista), Octavio da Costa (proprietário da loja Gibiteria), Felipe Cagno (roteirista), Omar Viñole (desenhista e arte-finalista) e eu.

houve um painel sobre o documentário na CCXP de 2017 em que alguns trechos foram exibidos – eu devia estar na minha mesa no Artists’ Alley e não pude comparecer, só consigo imaginar minha cara no telão do auditório falando alguma groselha. ainda não assisti mas estou curioso. gostei de participar principalmente por ser sobre o que está acontecendo agora, e não para relembrar algo do passado que não existe mais; por mais que eventualmente tudo um dia envelheça.

Trailer:

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In Venus e o cotidiano de um sábado estranho

estamos na iminência de outro golpe, com a paralisação de caminhoneiros sendo cooptada por incentivadores de intervenção militar, de forma similar com que os protestos contra aumento de ônibus em 2013 foram dominados por movimentos “apolíticos” que injetaram as piores ideias na massa crítica que se formava, ajudando a situação a chegar onde nos encontramos hoje.

os últimos dias têm sido estranhos em São Paulo, com menos carros circulando, caminhões levando combustível comprado pela prefeitura sendo escoltados, itens começando a faltar em alguns mercados, serviços na iminência de não poderem funcionar a partir desta semana [incluindo a coleta de lixo e o funerário].

alguns poucos assentos vazios no teatro do Sesc Belenzinho mostravam que algumas pessoas não conseguiram ir ao show da banda paulistana In Venus, como haviam comentado na página do evento.

a inquietude estava nas poetas que se apresentaram em três momentos, falando sobre questões femininas contundentes na República de Temer – o Judas da Ponte Para o Futuro do Pretérito – e na banda tocando suas músicas de referência pós-punk oitentista irritado e entristecido em um momento que estamos tão perto dos anos 80 dos preços remarcados mais de um vez ao longo do mesmo dia.

ao fundo no telão imagens editadas por Marianne Crestani sobre a Natureza em Preto e Branco, e da floresta de pedra com pessoas em seu habitat vivendo um sistema que em nada parece natural. e frases quebradas com efeitos de glitch sobre as situações agudas da metrópole, de pessoas vivendo em prédios que podem ruir e virar personagens de pornografia televisiva que faz assessoria de imprensa dos palácios.

e também imagens da maré, em constante refluxo [que também é o nome do single / EP que a banda está lançando], indo e vindo como os movimentos naturais que se espera sejam espelhados na volta de tempos melhores – mas que também remetem à condição que faz o suco gástrico voltar pelo esôfago, de raiva e nervoso e desgraçamento mental pelo qual todos têm que passar em tempos de incerteza forte que só trazem à tona a imposição dos homens sobre as vontades femininas. sobre as necessidades dos pobres, sobre a vida de todas. na sexta-feira conversei com um psicólogo que me havia dito nunca ter atendido a tantos pacientes instáveis como nos últimos tempos, a ponto de o tratamento servir hoje como contenção de danos piores.

e é se enxergando como partes uma das outras como talvez se possa encontrar o acolhimento e a força para se enfrentar este e outros sábados estranhos do nosso cotidiano em ruínas, se desfazendo pelo tempo, com o qual nos acostumamos e pro qual nos anestesiamos.

Ouça os discos aqui:

Refluxo by In Venus

Ruína by In Venus

Siga a banda:

https://invenus.bandcamp.com
https://www.instagram.com/in.venus/
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