Virando a chave de um motor velho

Uma e trinta e cinco da manhã. quase um ano sem escrever e postar algo de verdade aqui. por meses essa minha home page digital ficou servindo apenas de repositório de fotos repostadas do celular. eu poderia ter deixado de pagar o serviço de hosting e perder esse blog pra sempre. mas mudei o pagamento pra trimestral, pra ao menos não me preocupar todo mês com mais um boleto, as cartas-ultimato que regem nossa existência como cidadãos-consumidores.

mas deve ser em parte um certo saco cheio de redes sociais, a combinação de suas limitações de conteúdo auto-impostas em busca de mais renda à custa dos usuários misturado à câmara de eco criada pelos algoritmos que só mostram o que queremos ver. bolhas dentro de bolhas como matrioscas fractais de opiniões com as quais sempre concordamos porque vemos um espelho refletido em outro. isso pode ser muito cansativo pra mente de qualquer um; lembro de uma amiga uma vez citando, sobre grupos de discussão, que podiam ser visualizados como uma grande boca cheia de dentes mastigando o ar sem parar, triturando e engolindo tudo em volta. pessoas discutindo tudo e qualquer coisa a ponto de tirar o sentido delas, restando só a casca da mensagem.

apesar de ameaçar várias vezes acho que não devo sair das redes, elas têm sua utilidade – social principalmente. mas como é bom estalar os dedos, religar essa máquina e voltar pro seu próprio canto… pelo menos por hoje.

tacos

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